Pedro Lugarinho
Pisei com o pé esquerdo nos meus óculos. Passei o dia enxergando amargo. Queimei a língua no café, então o pão degustei áspero e ardido. Andei pela cidade ouvindo músicas escuras em busca de novos olhos. Atravessei a cidade poluída, meus pulmões se encheram de fuligem azeda, quase fui atropelado por uma moto embriagada. O caminho que percorri foi longo e cinza. Quando cheguei: a ótica estava fechada.